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Hospital, uma construção flexível

Dentre os inúmeros aspectos levados em conta na hora de projetar um hospital está a flexibilização da planta. Ela se atualiza constantemente pela evolução da própria medicina e, para crescer e se modernizar sempre, um hospital precisa ter flexibilidade para viabilizar essas mudanças.

“Sabemos da importância da atualização nas edificações hospitalares e por isso o planejamento contempla a elaboração de plantas que possam ser atualizadas sempre que houver necessidade. Ampliações, novas tecnologias e a própria modernização são possíveis com edificações que não são engessadas em si. Precisamos sempre pensar no futuro, adotar soluções que permitam alterações de layout, novas divisórias, novos serviços”, pontua Mariluz Gomez Esteves, arquiteta da Pró Saúde.

Vendo o hospital como uma “obra aberta”, a equipe da Pró Saúde elabora projetos inteligentes e com um olhar para a modernidade, eficiência e respeito às normas vigentes. “Um hospital é uma edificação perene, não é feita para ser demolida ou ter sua função alterada. Como ficará erguido por muitas décadas, é fundamental pensar na sua modernização, ampliação ou mesmo incorporação de novas tecnologias que advém das pesquisas e avanços constantes da área da saúde”, completa Mariluz.

Entender e compreender as complexidades de uma edificação construída para atender a área da saúde é uma das chaves para a execução de um projeto inteligente, eficiente e adequado ao que se propõe. E a flexibilidade, com certeza, é um dos pontos-chave desta equação.

Eduardo leitos hospital

Quantos leitos um hospital deve ter?

A pergunta é provocativa e está diretamente ligada a uma informação sempre destacada quando da inauguração de um novo hospital. Saber qual a capacidade de atendimento da nova unidade hospitalar traz segurança e conforto para a população local. Mas qual é o número ideal de leitos?

Esta resposta, segundo o arquiteto Eduardo Nishitani, está diretamente ligada à demanda e realidade do município onde o hospital será construído. “O projeto de uma obra desta inclui o dimensionamento do edifício hospitalar baseado em um estudo completo da realidade daquela comunidade, da viabilidade financeira do projeto, do tipo de atendimento que ele se dedicará e outras informações que colhemos no início do trabalho. O número de leitos, de fato, foi utilizado como o principal parâmetro de projeto para o dimensionamento da área física do edifício hospitalar, um parâmetro para a obra, mas esta realidade está mudando”, explica.

Leitos de internação, leitos de UTI e salas de cirurgia, por exemplo, precisam estar em número que traga harmonia tanto para o atendimento como para o lado financeiro da instituição. “Cada vez mais, com o acesso à tecnologia e técnicas cirúrgicas menos invasivas, o tempo de internação hospitalar foi reduzido, com os pacientes permanecendo menos tempo no hospital. A rotatividade dos leitos hospitalares aumentou com isso”, destaca o arquiteto da Pró-Saúde.

Dentro desta nova realidade, outras opções foram sendo agregadas para tratamentos de giro rápido, como macas de observação no pronto-socorro, macas e cadeiras de recuperações pós-anestésicas, cadeiras de medicação. “Com isso, o leito em si deixou ser o melhor parâmetro para o planejamento”, diz Eduardo.

Outro fenômeno observado foi o aumento da proporção entre o número de leitos e o dos leitos altamente qualificados das Unidades de Terapia intensiva. “Até o começo deste século ainda se falava em 10% de leitos de UTI para o total de leitos comuns, hoje existem hospitais onde esta proporção chega a 50%”, salienta.

É com base em todas essas transformações e mudança na realidade que a Pró-Saúde dimensiona um novo hospital. “Há vários critérios que podemos incluir e pensar, como leitos dia, cadeiras de procedimento, macas de atendimento e observação, leitos semi intensivos, leitos de UTI, leitos comuns e leitos de longa permanência. Para dimensionar um edifício hospitalar do ponto de vista de sua área física é indispensável discutir seu modelo assistencial, entender de que forma os pacientes serão atendidos, qual a equipe e os funcionários que serão necessários em cada caso, reunindo e tabulando informações que permitam não apenas dimensionar as áreas assistenciais como também as áreas de apoio técnico e logístico”, conclui.

Mariana 5 baixa

Zoneamento urbano e EIV, porque eles são importantes na construção de um hospital?

Sempre que um edifício hospitalar se instala em uma comunidade, ele interfere diretamente naquele entorno. Há o lado positivo ligado ao serviço que ele presta, ou seja, ser um equipamento comunitário de saúde, mas há também o impacto que pode ser visto de forma negativa pelo tráfego gerado de pessoas e veículos.

Arquiteta da Pró-Saúde, Mariana Dias aponta que este tema é de fundamental importância e deve ser estudado desde o início do processo de planejamento da obra. “Precisamos, antes de tudo, conhecer a legislação que regula os projetos e obras do município em questão, principalmente no que diz respeito ao zoneamento urbano do terreno escolhido, que será decisivo para a elaboração do Estudo de impacto de vizinhança – EIV”, antecipa.

A elaboração do EIV é uma das etapas realizadas pela equipe da Pró-Saúde para reduzir possíveis impactos negativos que a edificação hospitalar possa causar ao seu entorno. “Isso vale tanto para um hospital existente como para o projeto de uma nova edificação”, acrescenta Mariana. Segundo ela, o planejamento começa com a compra do terreno adequado que atenderá às necessidades do hospital do ponto de vista do Zoneamento Urbano, que define que tipo de edificação pode ser construído naquele local.

Mariana chama a atenção para os serviços disponíveis no local. “O EIV nos traz informações de fundamental importância no que diz respeito à infraestrutura urbana disponível no entorno da nova edificação, como saneamento básico, coleta de lixo, rede elétrica e transporte público que precisam ser compatíveis com o empreendimento. Além disso, precisamos avaliar outros pontos como saber se as ruas do entorno estão pavimentadas, se há capacidade para absorver o fluxo viário a ser gerado pelo hospital e se o terreno escolhido e a geometria viária facilitam os diversos acessos que o empreendimento necessita”, descreve.

Para finalizar, Mariana fala da importância do dimensionamento do estacionamento. “Não é simplesmente pensar na quantidade de vagas determinada pela legislação municipal. Ao longo dos anos e projetos executados, percebemos que, em geral, este número inicial de vagas de estacionamento é insuficiente. Além disso, precisamos pensar na necessidade de cada público que irá ao local. Considerando que cada hospital possuirá uma dinâmica própria, a decisão por uma quantidade maior ou menor de vagas rotativas, utilizadas por pacientes e visitantes, ou por uma quantidade maior ou menor por vagas de longa permanência para as equipes médicas e de funcionários, é outro aspecto que deve ser estudado. Neste ponto, entra a importância dos projetos de controle de acesso que também realizamos. É desta forma que elevamos a assertividade no dimensionamento diferenciado de vagas em hospitais”, finaliza.

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Hospital, um projeto multidisciplinar

[vc_row][vc_column][vc_column_text]A construção de uma edificação hospitalar é complexa, tem uma série de normas a ser seguida, é preciso avaliar o local onde será construído, ter um plano diretor, logística, comunicação, controle de acesso, segurança, plano de prevenção de incêndio, estudo de viabilidade econômica e por aí vai. Muitas são as necessidades e, justamente por isso, a multidisciplinaridade é fundamental para o sucesso do planejamento e execução da obra, bem como do pleno funcionamento da estrutura.

Mariluz Gomez Esteves, arquiteta da Pro Saúde, empresa especializada em Planejamento, consultoria e arquitetura de saúde, aponta que um hospital tem suas particularidades. “Vamos imaginar o edifício hospitalar como um palco, onde os profissionais de saúde atuarão diariamente prestando assistência. Neste quadro, vamos pensar os engenheiros e arquitetos como cenógrafos, iluminadores, sonoplastas. Desenhar um cenário sem conhecer a peça, sem discutir com os atores e diretores sobre as suas necessidades é tarefa inócua. Entretanto é isto que acontece nos escritórios de projetos, nos seminários, nas jornadas e congressos para apenas uma categoria profissional, quando o assunto é hospital”, provoca.

Para ela, é preciso unir conhecimentos, habilidades e necessidades para uma edificação eficiente. “O público que usa da edificação hospitalar tem necessidades específicas, há pacientes e acompanhantes, médicos e profissionais da saúde, equipe administrativa. Cada qual tem suas peculiaridades que precisam ser levadas em conta quando do planejamento até a construção ou mesmo ampliação de um hospital”, diz.

Com a edificação ficando pronta, há outras etapas a serem seguidas que também envolvem diversas frentes de trabalho. “É o momento de transformar esta nova obra em um hospital operante e garantir que este novo estabelecimento funcione de acordo com o que foi construído ou ainda de acordo com as projeções de crescimento econômico que foram estudadas no início do processo. É nesse momento que montamos uma equipe multiprofissional que iniciará os processos de gestão hospitalar. É preciso contratar funcionários, empresas terceirizadas, definir etapas de inauguração, construir os procedimentos operacionais, adquirir equipamentos, mobiliários, instrumentais, rouparia, entre outros. Com uma equipe unificada à frente destes serviços, que tenha domínio da instalação do hospital desde a etapa de projeto arquitetônico até a definição dos procedimentos operacionais, o estabelecimento possui grandes chances de funcionar melhor como um todo, de forma integrada, eficiente e segura”, conclui Mariluz.

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