Sempre que um edifício hospitalar se instala em uma comunidade, ele interfere diretamente naquele entorno. Há o lado positivo ligado ao serviço que ele presta, ou seja, ser um equipamento comunitário de saúde, mas há também o impacto que pode ser visto de forma negativa pelo tráfego gerado de pessoas e veículos.
Arquiteta da Pró-Saúde, Mariana Dias aponta que este tema é de fundamental importância e deve ser estudado desde o início do processo de planejamento da obra. “Precisamos, antes de tudo, conhecer a legislação que regula os projetos e obras do município em questão, principalmente no que diz respeito ao zoneamento urbano do terreno escolhido, que será decisivo para a elaboração do Estudo de impacto de vizinhança – EIV”, antecipa.
A elaboração do EIV é uma das etapas realizadas pela equipe da Pró-Saúde para reduzir possíveis impactos negativos que a edificação hospitalar possa causar ao seu entorno. “Isso vale tanto para um hospital existente como para o projeto de uma nova edificação”, acrescenta Mariana. Segundo ela, o planejamento começa com a compra do terreno adequado que atenderá às necessidades do hospital do ponto de vista do Zoneamento Urbano, que define que tipo de edificação pode ser construído naquele local.
Mariana chama a atenção para os serviços disponíveis no local. “O EIV nos traz informações de fundamental importância no que diz respeito à infraestrutura urbana disponível no entorno da nova edificação, como saneamento básico, coleta de lixo, rede elétrica e transporte público que precisam ser compatíveis com o empreendimento. Além disso, precisamos avaliar outros pontos como saber se as ruas do entorno estão pavimentadas, se há capacidade para absorver o fluxo viário a ser gerado pelo hospital e se o terreno escolhido e a geometria viária facilitam os diversos acessos que o empreendimento necessita”, descreve.
Para finalizar, Mariana fala da importância do dimensionamento do estacionamento. “Não é simplesmente pensar na quantidade de vagas determinada pela legislação municipal. Ao longo dos anos e projetos executados, percebemos que, em geral, este número inicial de vagas de estacionamento é insuficiente. Além disso, precisamos pensar na necessidade de cada público que irá ao local. Considerando que cada hospital possuirá uma dinâmica própria, a decisão por uma quantidade maior ou menor de vagas rotativas, utilizadas por pacientes e visitantes, ou por uma quantidade maior ou menor por vagas de longa permanência para as equipes médicas e de funcionários, é outro aspecto que deve ser estudado. Neste ponto, entra a importância dos projetos de controle de acesso que também realizamos. É desta forma que elevamos a assertividade no dimensionamento diferenciado de vagas em hospitais”, finaliza.