A pergunta é provocativa e está diretamente ligada a uma informação sempre destacada quando da inauguração de um novo hospital. Saber qual a capacidade de atendimento da nova unidade hospitalar traz segurança e conforto para a população local. Mas qual é o número ideal de leitos?
Esta resposta, segundo o arquiteto Eduardo Nishitani, está diretamente ligada à demanda e realidade do município onde o hospital será construído. “O projeto de uma obra desta inclui o dimensionamento do edifício hospitalar baseado em um estudo completo da realidade daquela comunidade, da viabilidade financeira do projeto, do tipo de atendimento que ele se dedicará e outras informações que colhemos no início do trabalho. O número de leitos, de fato, foi utilizado como o principal parâmetro de projeto para o dimensionamento da área física do edifício hospitalar, um parâmetro para a obra, mas esta realidade está mudando”, explica.
Leitos de internação, leitos de UTI e salas de cirurgia, por exemplo, precisam estar em número que traga harmonia tanto para o atendimento como para o lado financeiro da instituição. “Cada vez mais, com o acesso à tecnologia e técnicas cirúrgicas menos invasivas, o tempo de internação hospitalar foi reduzido, com os pacientes permanecendo menos tempo no hospital. A rotatividade dos leitos hospitalares aumentou com isso”, destaca o arquiteto da Pró-Saúde.
Dentro desta nova realidade, outras opções foram sendo agregadas para tratamentos de giro rápido, como macas de observação no pronto-socorro, macas e cadeiras de recuperações pós-anestésicas, cadeiras de medicação. “Com isso, o leito em si deixou ser o melhor parâmetro para o planejamento”, diz Eduardo.
Outro fenômeno observado foi o aumento da proporção entre o número de leitos e o dos leitos altamente qualificados das Unidades de Terapia intensiva. “Até o começo deste século ainda se falava em 10% de leitos de UTI para o total de leitos comuns, hoje existem hospitais onde esta proporção chega a 50%”, salienta.
É com base em todas essas transformações e mudança na realidade que a Pró-Saúde dimensiona um novo hospital. “Há vários critérios que podemos incluir e pensar, como leitos dia, cadeiras de procedimento, macas de atendimento e observação, leitos semi intensivos, leitos de UTI, leitos comuns e leitos de longa permanência. Para dimensionar um edifício hospitalar do ponto de vista de sua área física é indispensável discutir seu modelo assistencial, entender de que forma os pacientes serão atendidos, qual a equipe e os funcionários que serão necessários em cada caso, reunindo e tabulando informações que permitam não apenas dimensionar as áreas assistenciais como também as áreas de apoio técnico e logístico”, conclui.