A história nos diz que o primeiro hospital legitimamente brasileiro surgiu por volta de 1545, ano de inauguração da Santa Casa de Santos, localizado na cidade de Santos em São Paulo fundado por Braz Cubas.

São mais de 470 anos de edifícios hospitalares implantados no Brasil imersos em valores culturais, sociais e urbanos intrínsecos a sociedade que os rodeia. Mais de 4 séculos de história representada em edifícios que abrigam atividade relacionadas à saúde que, em contrapartida à sua estrutura, são altamente volúveis, se transformando cada vez mais rapidamente exigindo que a construção que os abriga ofereçam condições adequadas para tal.

Porém, adequar construções que contém baixa maleabilidade como os edifícios históricos pode não ser uma tarefa muito simples.

Modernizar e preservar a história assim como seus valores congênitos podem parecer ações contraditórias, porém a Carta de Atenas, de outubro de 1931, não apenas previu este tipo de situação como recomendou:

“…Que se mantenha uma utilização dos monumentos, que se assegure a continuidade de sua vida, destinando-os sempre a finalidades que o seu caráter histórico ou artístico…”

Ou seja, quanto mais útil for um monumento histórico, melhores serão suas possibilidades de manutenção e preservação, conforme nos ensina a Carta de Veneza, de maio de 1964, em seu artigo 4º:

“A conservação e a restauração dos monumentos exige, antes de tudo, manutenção permanente.”

Sendo assim, deve-se entender as particularidades dos valores culturais dos tombamentos históricos assim como a agilidade da atualização tecnológica pertinente á ciência.

Torna-se então, imprescindível que, um profissional que entenda a dualidade desta edificação assuma a frente para evitar perdas de ambos os lados.

Na Pró Saúde, Profissionais Associados entendemos que todos os trabalhos que envolvam os temas supracitados, devem começar por uma investigação histórica e documental para, que antes de tudo, possamos fundamentar e direcionar as intervenções que serão propostas. Após esta etapa, todo o desenvolvimento projetual segue unindo ambas as polaridades de preservação e modernização.