Instituições complexas, os hospitais devem ser projetados de forma a não engessar suas estruturas, permitindo que se eles se atualizem, ampliem ou adotem novas tecnologias sempre que isto se faz necessário. Adotar plantas flexíveis e projetos para médio e longo prazo são fundamentais para manter a saúde financeira e a viabilidade da instituição. Neste aspecto, a arquiteta Mariluz Gomez Esteves aponta que o projeto deve sempre pensar no presente, contemplando o que virá no futuro. “A área da saúde está em constante evolução, não devemos nunca ignorar esta natureza quando projetamos uma edificação. Este planejamento traz otimização de recursos, redução de custos e qualidade na prestação do serviço”, atesta.
O Plano Diretor Hospitalar é outro elemento fundamental para os estabelecimentos de saúde. “Complexos de saúde geram alteração no tráfego tanto de veículos como de pessoas. No Plano Diretor Hospitalar direcionamos sobre como deverá ser o tamanho da edificação, os afastamentos obrigatórios, as áreas de embarque e desembarque, enfim as regras viárias a serem adotadas respeitando o zoneamento da cidade”, explica. Seja a instituição pública ou privada, todas precisam se adequar às mudanças. “Tudo isto precisa estar previsto no projeto inicial da edificação e no plano diretor”, destaca Mariluz.
A natureza de um complexo de saúde difere da maioria das edificações, tendo uso e regras específicos. “O projeto deve contemplar tudo isso, pensar na infraestrutura física e administrativa do estabelecimento de saúde bem como a parte financeira, aspectos culturais, epidemiológicos e socais. É todo um estudo que é realizado para planejar e projetar aquele estabelecimento para o presente e para o futuro garantindo que ele seja sustentável. Temos que ter em mente que as instituições de saúde evoluem e por isso as edificações precisam estar abertas para acompanhar as mudanças, assim como o corpo clínico e a área administrativa”, completa.
Mariluz finaliza lembrando que hoje os hospitais são empreendimentos empresariais e por isso precisam não só pensar na qualidade do atendimento como na correta utilização dos recursos para serem viáveis. “Quem não se atentar para a exigência de ter um ‘hospital do futuro’ poderá enfrentar dificuldades”, conclui.