labirinto

Para não virar um labirinto!

Pacientes, acompanhantes e até mesmo funcionários podem se confundir ao entrar em um hospital. Com muitos corredores, fluxos, portas e andares, não é incomum ver alguém perdido para chegar a um local específico, fazer um exame ou mesmo achar a porta de saída! O cuidado para que os acessos de um hospital sejam bem organizados e sinalizados começa no projeto inicial.

A arquiteta Francine Soares e o arquiteto Eduardo Nishitani destacam que há vários pontos que devem ser considerados. “Pensando nos pacientes, a comunicação visual é fundamental para que eles possam se deslocar pelos espaços sem ter dúvidas, sem se sentirem perdidos. Mas esta é a última etapa do processo, bem antes, há que se pensar nos fluxos de pessoas, nas áreas em que elas terão acesso, nos fluxos de suprimentos, serviços e até na segurança do hospital”, elencam.

Delimitar acessos, por exemplo, é fundamental. “Há locais que podem permanecer com a circulação pública, onde as pessoas podem caminhar livremente sem a necessidade de se registrar. Na medida em que a pessoa vai adentrando para camadas mais restritas do estabelecimento assistencial de saúde, é preferível que ela esteja registrada e devidamente identificada. Outras circulações que devem ser bem arquitetadas são as que abrigam trânsito de serviços, para que os fluxos de materiais incompatíveis não interfiram entre si, bem como o de funcionários e pacientes. Imaginando que quase tudo passara pelo mesmo circuito o desafio do arquiteto hospitalar é desenhar de forma que tudo aconteça como em uma orquestra”, salientam.

De fato, ao ver o projeto, pode até parecer um labirinto. Fazer com que ele seja coerente, acessível e seguro é papel dos profissionais que elaboram o projeto com e conhecimento e expertise.

Mariluz 4 baixa

Conformidade legal e arquitetura hospitalar

A construção de uma edificação hospitalar envolve vários aspectos e diretrizes que precisam ser observados desde o início do processo. Arquiteta especializada no assunto, Mariluz Gomez Esteves salienta que um dos grandes desafios da área é atender a conformidade legal, ou seja, respeitar todas as regras e legislação vigente para a área da saúde. “Já vai longe o tempo em que era possível elaborar um projeto de edifício de saúde e só na fase da aprovação ter contato com a legislação sanitária. Os arquitetos hospitalares e coordenadores de projeto precisam conhecer a legislação sanitária, o funcionamento dos hospitais, os fluxos que serão gerados e condicionados pela arquitetura, as regras da Acreditação Hospitalar, as tendências de crescimento destes edifícios e a inter-relação entre os diversos subsistemas que vão formar o mesmo”, completa.

Considerar todos os aspectos legais é fundamental para ter sucesso no projeto e na construção da edificação, viabilizando o correto funcionamento daquela instituição. “Um bom edifício de saúde será resultado de uma tomada de decisão que considere as condicionantes legais a serem atendidas para o funcionamento do negócio proposto e da presença de um arquiteto coordenador ou gerente de projeto. O alto custo das obras, cronogramas apertados e a necessidade de cumprir o planejamento preestabelecido exigem o conhecimento do conjunto de projetos (estrutural, elétrico, hidráulico, de condicionante ambiental e outros) e o domínio do processo de trabalho, condição sine qua non do bom andamento das obras e, consequentemente, fator de prevenção de futuro retrabalho”, pontua Mariluz.

Para a arquiteta, é preciso tratar da obra hospitalar da mesma maneira que se trata as grandes obras de engenharia, praticando a interdependência entre os projetistas e a cobrança (justa e pertinente) de cada uma das responsabilidades técnicas. “Diferentemente do que ocorria no passado, torna-se cada dia mais difícil deixar questões de coordenação de projetos, detalhamento, acabamento, especificação de materiais e outras para serem resolvidas na obra. Ou seja, não é possível alcançar a conformidade legal sem buscar a responsabilidade profissional e legal de cada um dos envolvidos na tarefa. Os responsáveis legais, em todos os níveis, devem estar cientes das suas responsabilidades e dos seus limites, atuando de acordo com as melhores práticas de suas profissões”, destaca.

Há uma questão que foi fundamental para o avanço do setor de saúde no Brasil, ele saiu do amadorismo e se profissionalizou em todas as esferas, o que inclui as edificações e a gestão das instituições. “Interessante é que o setor de saúde já funciona dessa forma quando o assunto é atender aos pacientes, não havendo dúvida sobre a responsabilidade técnica de cada profissional de saúde frente aos pacientes atendidos. O desafio de gerir os recursos físicos e tecnológicos necessários à prestação da assistência à saúde passa cada vez mais pela necessidade de profissionalização no trato dos problemas físicos dos hospitais, frequentemente delegado a pessoas sem formação. A excelência só será alcançada através da gestão eficaz do trabalho profissional e multidisciplinar. O problema é que, na mesma dimensão que o trabalho multidisciplinar é necessário, os profissionais de uma maneira geral teimam em defender seus territórios e ignorar o dos outros, esperando que alguém coordene o caos resultante de tantas cabeças pensando sobre um mesmo objeto”, ressalta Mariluz.

Com décadas de experiência profissional, ela afirma que para garantir qualidade, vigor e conformidade legal aos projetos, é preciso estar disposto a trabalhar em equipes multidisciplinares, melhorar soluções, antecipar conflitos resultantes da sobreposição dos subsistemas de engenharia que definem a edificação, além de manter os colegas informados sobre as novas soluções em cada área de projeto. “É fundamental melhorar a qualidade dos novos projetos e introduzir nas obras ainda em andamento inovações que vão reduzir a obsolescência (tecnológica ou legal) das edificações, o que muitas vezes ocorre antes da entrega da obra”, atesta.

Acreditando na importância da multidisciplinaridade, Mariluz conclui: “Estou convicta de que o futuro e o sucesso dos edifícios hospitalares passam pelo trabalho multidisciplinar e também acredito que não possa existir trabalho multidisciplinar sem colaboração e coordenação entre os diversos parceiros”.

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Hospital, uma construção flexível

Dentre os inúmeros aspectos levados em conta na hora de projetar um hospital está a flexibilização da planta. Ela se atualiza constantemente pela evolução da própria medicina e, para crescer e se modernizar sempre, um hospital precisa ter flexibilidade para viabilizar essas mudanças.

“Sabemos da importância da atualização nas edificações hospitalares e por isso o planejamento contempla a elaboração de plantas que possam ser atualizadas sempre que houver necessidade. Ampliações, novas tecnologias e a própria modernização são possíveis com edificações que não são engessadas em si. Precisamos sempre pensar no futuro, adotar soluções que permitam alterações de layout, novas divisórias, novos serviços”, pontua Mariluz Gomez Esteves, arquiteta da Pró Saúde.

Vendo o hospital como uma “obra aberta”, a equipe da Pró Saúde elabora projetos inteligentes e com um olhar para a modernidade, eficiência e respeito às normas vigentes. “Um hospital é uma edificação perene, não é feita para ser demolida ou ter sua função alterada. Como ficará erguido por muitas décadas, é fundamental pensar na sua modernização, ampliação ou mesmo incorporação de novas tecnologias que advém das pesquisas e avanços constantes da área da saúde”, completa Mariluz.

Entender e compreender as complexidades de uma edificação construída para atender a área da saúde é uma das chaves para a execução de um projeto inteligente, eficiente e adequado ao que se propõe. E a flexibilidade, com certeza, é um dos pontos-chave desta equação.

Eduardo leitos hospital

Quantos leitos um hospital deve ter?

A pergunta é provocativa e está diretamente ligada a uma informação sempre destacada quando da inauguração de um novo hospital. Saber qual a capacidade de atendimento da nova unidade hospitalar traz segurança e conforto para a população local. Mas qual é o número ideal de leitos?

Esta resposta, segundo o arquiteto Eduardo Nishitani, está diretamente ligada à demanda e realidade do município onde o hospital será construído. “O projeto de uma obra desta inclui o dimensionamento do edifício hospitalar baseado em um estudo completo da realidade daquela comunidade, da viabilidade financeira do projeto, do tipo de atendimento que ele se dedicará e outras informações que colhemos no início do trabalho. O número de leitos, de fato, foi utilizado como o principal parâmetro de projeto para o dimensionamento da área física do edifício hospitalar, um parâmetro para a obra, mas esta realidade está mudando”, explica.

Leitos de internação, leitos de UTI e salas de cirurgia, por exemplo, precisam estar em número que traga harmonia tanto para o atendimento como para o lado financeiro da instituição. “Cada vez mais, com o acesso à tecnologia e técnicas cirúrgicas menos invasivas, o tempo de internação hospitalar foi reduzido, com os pacientes permanecendo menos tempo no hospital. A rotatividade dos leitos hospitalares aumentou com isso”, destaca o arquiteto da Pró-Saúde.

Dentro desta nova realidade, outras opções foram sendo agregadas para tratamentos de giro rápido, como macas de observação no pronto-socorro, macas e cadeiras de recuperações pós-anestésicas, cadeiras de medicação. “Com isso, o leito em si deixou ser o melhor parâmetro para o planejamento”, diz Eduardo.

Outro fenômeno observado foi o aumento da proporção entre o número de leitos e o dos leitos altamente qualificados das Unidades de Terapia intensiva. “Até o começo deste século ainda se falava em 10% de leitos de UTI para o total de leitos comuns, hoje existem hospitais onde esta proporção chega a 50%”, salienta.

É com base em todas essas transformações e mudança na realidade que a Pró-Saúde dimensiona um novo hospital. “Há vários critérios que podemos incluir e pensar, como leitos dia, cadeiras de procedimento, macas de atendimento e observação, leitos semi intensivos, leitos de UTI, leitos comuns e leitos de longa permanência. Para dimensionar um edifício hospitalar do ponto de vista de sua área física é indispensável discutir seu modelo assistencial, entender de que forma os pacientes serão atendidos, qual a equipe e os funcionários que serão necessários em cada caso, reunindo e tabulando informações que permitam não apenas dimensionar as áreas assistenciais como também as áreas de apoio técnico e logístico”, conclui.

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Zoneamento urbano e EIV, porque eles são importantes na construção de um hospital?

Sempre que um edifício hospitalar se instala em uma comunidade, ele interfere diretamente naquele entorno. Há o lado positivo ligado ao serviço que ele presta, ou seja, ser um equipamento comunitário de saúde, mas há também o impacto que pode ser visto de forma negativa pelo tráfego gerado de pessoas e veículos.

Arquiteta da Pró-Saúde, Mariana Dias aponta que este tema é de fundamental importância e deve ser estudado desde o início do processo de planejamento da obra. “Precisamos, antes de tudo, conhecer a legislação que regula os projetos e obras do município em questão, principalmente no que diz respeito ao zoneamento urbano do terreno escolhido, que será decisivo para a elaboração do Estudo de impacto de vizinhança – EIV”, antecipa.

A elaboração do EIV é uma das etapas realizadas pela equipe da Pró-Saúde para reduzir possíveis impactos negativos que a edificação hospitalar possa causar ao seu entorno. “Isso vale tanto para um hospital existente como para o projeto de uma nova edificação”, acrescenta Mariana. Segundo ela, o planejamento começa com a compra do terreno adequado que atenderá às necessidades do hospital do ponto de vista do Zoneamento Urbano, que define que tipo de edificação pode ser construído naquele local.

Mariana chama a atenção para os serviços disponíveis no local. “O EIV nos traz informações de fundamental importância no que diz respeito à infraestrutura urbana disponível no entorno da nova edificação, como saneamento básico, coleta de lixo, rede elétrica e transporte público que precisam ser compatíveis com o empreendimento. Além disso, precisamos avaliar outros pontos como saber se as ruas do entorno estão pavimentadas, se há capacidade para absorver o fluxo viário a ser gerado pelo hospital e se o terreno escolhido e a geometria viária facilitam os diversos acessos que o empreendimento necessita”, descreve.

Para finalizar, Mariana fala da importância do dimensionamento do estacionamento. “Não é simplesmente pensar na quantidade de vagas determinada pela legislação municipal. Ao longo dos anos e projetos executados, percebemos que, em geral, este número inicial de vagas de estacionamento é insuficiente. Além disso, precisamos pensar na necessidade de cada público que irá ao local. Considerando que cada hospital possuirá uma dinâmica própria, a decisão por uma quantidade maior ou menor de vagas rotativas, utilizadas por pacientes e visitantes, ou por uma quantidade maior ou menor por vagas de longa permanência para as equipes médicas e de funcionários, é outro aspecto que deve ser estudado. Neste ponto, entra a importância dos projetos de controle de acesso que também realizamos. É desta forma que elevamos a assertividade no dimensionamento diferenciado de vagas em hospitais”, finaliza.

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Hospital, um projeto multidisciplinar

[vc_row][vc_column][vc_column_text]A construção de uma edificação hospitalar é complexa, tem uma série de normas a ser seguida, é preciso avaliar o local onde será construído, ter um plano diretor, logística, comunicação, controle de acesso, segurança, plano de prevenção de incêndio, estudo de viabilidade econômica e por aí vai. Muitas são as necessidades e, justamente por isso, a multidisciplinaridade é fundamental para o sucesso do planejamento e execução da obra, bem como do pleno funcionamento da estrutura.

Mariluz Gomez Esteves, arquiteta da Pro Saúde, empresa especializada em Planejamento, consultoria e arquitetura de saúde, aponta que um hospital tem suas particularidades. “Vamos imaginar o edifício hospitalar como um palco, onde os profissionais de saúde atuarão diariamente prestando assistência. Neste quadro, vamos pensar os engenheiros e arquitetos como cenógrafos, iluminadores, sonoplastas. Desenhar um cenário sem conhecer a peça, sem discutir com os atores e diretores sobre as suas necessidades é tarefa inócua. Entretanto é isto que acontece nos escritórios de projetos, nos seminários, nas jornadas e congressos para apenas uma categoria profissional, quando o assunto é hospital”, provoca.

Para ela, é preciso unir conhecimentos, habilidades e necessidades para uma edificação eficiente. “O público que usa da edificação hospitalar tem necessidades específicas, há pacientes e acompanhantes, médicos e profissionais da saúde, equipe administrativa. Cada qual tem suas peculiaridades que precisam ser levadas em conta quando do planejamento até a construção ou mesmo ampliação de um hospital”, diz.

Com a edificação ficando pronta, há outras etapas a serem seguidas que também envolvem diversas frentes de trabalho. “É o momento de transformar esta nova obra em um hospital operante e garantir que este novo estabelecimento funcione de acordo com o que foi construído ou ainda de acordo com as projeções de crescimento econômico que foram estudadas no início do processo. É nesse momento que montamos uma equipe multiprofissional que iniciará os processos de gestão hospitalar. É preciso contratar funcionários, empresas terceirizadas, definir etapas de inauguração, construir os procedimentos operacionais, adquirir equipamentos, mobiliários, instrumentais, rouparia, entre outros. Com uma equipe unificada à frente destes serviços, que tenha domínio da instalação do hospital desde a etapa de projeto arquitetônico até a definição dos procedimentos operacionais, o estabelecimento possui grandes chances de funcionar melhor como um todo, de forma integrada, eficiente e segura”, conclui Mariluz.

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Centros Médicos descentralizam atendimentos

Foi-se o tempo em que, em qualquer situação de falta de saúde, o hospital era o local mais indicado para atendimento. É crescente o movimento de centros médicos equipados com tecnologia especializada para diagnóstico e atendimentos de muitas das enfermidades e sintomas.

Arquiteta, Francine Soares aponta que este movimento se deu, em parte, pela falta de espaço e de logística nos hospitais para atender casos dos mais diversos. Essa demanda saturou estes espaços, prejudicou o atendimento e fez surgir novas possibilidades na área. “Este movimento permitiu que o hospital ganhasse mais espaço para atendimento da sua verdadeira vocação, que é o tratamento de pacientes em estado grave ou que necessitam de recursos eminentemente hospitalares”, pontua.

Com o crescimento de clínicas especializadas, surgiram novas possibilidades de estrutura, atendimento e tratamento na área da saúde. “É fundamental lembrar que toda a clínica especializada, por menor que seja, precisa estar de acordo com as normas sanitárias, de acessibilidade, de prevenção e combate a incêndio, o que muitas vezes inviabiliza projetos isolados. Como resposta a esse movimento, multiplicaram-se nas últimas décadas os centros médicos”, descreve Francine, integrante da Pró Saúde, empresa que possui equipe especializada neste segmento de projeto em saúde.

Para ela, ter estruturas modernas e planejadas traz conforto, agilidade e segurança tanto para os profissionais da saúde como para os pacientes. “É bem mais cômodo ir a um único local e poder ter acesso ali a todos os serviços necessários para o diagnóstico e tratamento. A centralização dos serviços de saúde em um único complexo pode facilitar e muito todas as pontas deste processo”, diz.

Francine destaca que além dos consultórios e salas de exames, um centro médico pode ser projetado com espaços específicos para diagnóstico e tratamento, inclusive serviços de Hospital Dia com Centros Cirúrgicos ambulatoriais compartilhados. “Na maioria dos casos, o objetivo dos centros médicos é unir a finalidade de diagnóstico e terapêutica com a de conveniência para os profissionais de saúde e pacientes. Para que isto aconteça, os projetos podem oferecer outras atividades como academias, spas, centros de estéticas, shoppings ou galerias com lojas especializadas da área médica e de saúde, praças de alimentação, tudo isto num ambiente agradável que combine saúde, alimentação e lazer”, completa.

Estudos de viabilidade e logística ajudam no sucesso do empreendimento. “A percepção atual é de que os Centros Médicos vizinhos a um hospital, ou mesmo pertencentes a estes, aumentam e muito as suas possibilidades de sucesso”, conclui Francine.

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Hospital, arquitetura, sensações

Sempre que entramos em um ambiente, algo acontece. Ele pode ser frio ou acolhedor, despertar interesse ou passar despercebido, ser um presente para os olhos ou causar repulsa, passar mensagens positivas ou negativas. A arquitetura de um espaço e a forma como ele foi planejado e projetado é uma mistura de funcionalidade com um despertar de sensações.

Quando falamos em estruturas de saúde, isso é ainda mais importante. O que você sentiu da última vez que esteve em um hospital? O que viu? O que se recorda? Tinha cheiro? Calor ou frio? Estava limpo?

Sentir-se confortável, bem recebido e instalado em um hospital é um reforço a mais na promoção da saúde. Arquiteto com experiência em edificações de saúde, Eduardo Nishitani pontua que parte das experiências que se tem em um estabelecimento de saúde está ligada à arquitetura do local. “A saúde é um estado completo de bem estar físico, mental e social e não apenas à ausência de doenças, isso é o que é preconizado pelo Ministério da Saúde. Quando vamos planejar a estrutura e a funcionalidade de um estabelecimento de saúde, precisamos pensar nessa premissa, no público que vai circular pelo local e associar a arquitetura às necessidades no que se refere à promoção da saúde, segurança e funcionalidade do espaço”, relata.

Ele cita pesquisas que apontam a influencia do ambiente construído no estado de saúde do paciente. “Alguns tipos de música no ambiente ajudam a baixar a pressão sanguínea, o bem-estar contribui para o sistema imunológico. Podemos pensar em um conjunto de soluções que vão tornar o local agradável tanto para os pacientes como para a equipe médica que atua lá. Sentir-se bem está ligado ao atendimento humano recebido e o local físico do entorno”, completa.

Muitos são os serviços que podem ser incorporados quando da ativação de um novo centro de saúde. Plano diretor, estudo de viabilidade econômica, acessibilidade, placas de sinalização, fluxo de pessoas, segurança, plano de prevenção de incêndio. “Atuamos em todas estas frentes para oferecer projetos completos que vão possibilitar a construção de uma estrutura eficiente, acolhedora, moderna e segura”, finaliza Eduardo.

baixaPlano Diretor de Projetos e Obras - Etapa 3

Plano Diretor de Projetos e Obras nas edificações e organizações hospitalares

[vc_row][vc_column][vc_column_text]Tendo como propósito o estudo dos problemas inerentes à relação das atividades médico-hospitalares e o espaço físico, o Plano Diretor tem por objetivo dirigir o crescimento da edificação hospitalar, constituindo-se num poderoso instrumento de desenvolvimento das organizações hospitalares.

Com um sólida experiência na recuperação física e funcional de hospitais, transformada numa “Metodologia de Projeto para a elaboração de Plano Diretor”, a diretora executiva da Pró Saúde, Mariluz Gomez Esteves, explica que esse processo tem início no conhecimento das necessidades da organização hospitalar de se reorganizar fisicamente para continuar a crescer.

“O Plano Diretor interessa não apenas aos hospitais estabelecidos com diversas edificações, fluxos e unidades comprometidos pela pressão do tempo, como também para os novos hospitais, nos quais as condições de crescimento podem ser previamente estabelecidas através deste instrumento de planejamento físico”, destaca.

Ela completa que por meio de diretrizes gerais e técnicas, mostradas por textos e desenhos ilustrativos, as etapas de execução são organizadas e o Plano Diretor ajusta cada novo projeto a um todo planejado de forma coerente, contribuindo para a reorganização de modernização dos hospitais. “Melhora fluxos, ajusta o zoneamento e compatibiliza as intenções do Planejamento Estratégico institucional com o edifício no qual a instituição funciona”, diz Mariluz.

Para ela, é possível afirmar que recuperar uma edificação hospitalar transcende o âmbito da arquitetura hospitalar. “Lidamos com redefinições que vão desde a inserção da organização hospitalar no sistema de saúde até os investimentos necessários para a incorporação tecnológica necessária ao cumprimento de seu novo papel junto à sociedade, garantindo a perenidade da organização e proporcionando os caminhos necessários para o aprimoramento constante”, conclui.[/vc_column_text][dfd_delimiter icon_size=”10″ delimiter_height=”4″ undefined=”” tutorials=””][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][dfd_simple_image_gallery module_animation=”transition.fadeIn” dfd_layer_image=”21911,21908,21909,21910″ items_offset=”0″ image_width=”900″ image_height=”600″ slides_to_show=”3″ slides_to_scroll=”1″ carousel_slideshow_speed=”3000″ images_style=”carousel”][/vc_column][/vc_row]

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Entrevista Mariluz: Um hospital com hospitalidade

[vc_row][vc_column][vc_column_text]De lugar frio e sem vida para um lugar aconchegante e belo. Foi-se o tempo em que um hospital era feito de paredes brancas e leitos que não sabiam o significado da palavra hospitalidade. As construções atuais unem tecnologia e segurança com layouts agradáveis ao olhar, funcionais, quartos confortáveis e humanizados. De pacientes, hoje temos clientes de saúde que olham não apenas a competência técnica do médico como também o local em que são atendidos. Como em qualquer outro negócio, há concorrência e, dentro de um mercado competitivo, as mudanças – para melhor – nascem. Atuando na área da gestão e arquitetura hospitalar há 25 anos, a arquiteta Mariluz Gomez Esteves, diretora da Pró-Saúde, fala sobre as mudanças e tendências da arquitetura hospitalar nesta entrevista.

Mariluz, quando se fala em arquitetura, a beleza da construção é uma das primeiras coisas que vem à cabeça. Mas em se tratando de saúde, é preciso pensar em outros fatores primordiais, como funcionalidade e segurança. É possível unir tudo isto e um centro de saúde? 
Não apenas é possível, é indispensável. O hospital enquanto edifício tem que funcionar bem, ajudar para que os processos assistenciais e de apoio ocorram de forma adequada. Se tudo que é edifício e infraestrutura funcionar adequadamente, a equipe assistencial (médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos, farmacêuticos, técnicos e tecnólogos das várias áreas, etc.) vai trabalhar melhor.

É importante pensar em construções e ambientes que não tenham “cara de hospital”? Esta é uma tendência?
Acho que isso já foi importante, quando tudo era branco ou cinza, sombrio e feio! Não se faz mais hospitais assim, o que restou está sendo melhorado, a tendência é que sobrem poucos hospitais com a tal “cara de hospital”, estamos estabelecendo uma nova cara de hospital.

A palavra humanização ganhou força nos últimos anos na área da saúde. Como a arquitetura hospitalar auxilia neste atendimento?
Humanização e hospitalidade é tarefa das pessoas, da equipe assistencial e de atendimento. O importante é que o atendimento seja humanizado, os pacientes sejam chamados pelos seus nomes, tratados com respeito, informados do que vai acontecer ou do que está acontecendo, se sentirem seguros.
O hospital é apenas o cenário, obviamente é bom que o cenário ajude. Desta forma, como falado anteriormente, tudo o que é edifício e infraestrutura tem que funcionar adequadamente, discretamente. Gosto de falar dos “duendes” do Harry Poter que fazem tudo funcionar em Hogwarts e ninguém nunca os vê! Quando falo em funcionar vai além de você ligar um equipamento e ele funcionar. Os ambientes devem ser bem iluminados, bonitos na medida certa, os jardins devem estar floridos, os móveis devem ser confortáveis e suficientes para todos, as pessoas devem se sentir acolhidas e seguras. Para a equipe assistencial, sentir-se seguro e não precisar brigar para que algo seja consertado é fundamental, a preservação do bom humor é indispensável para a realização de uma tarefa com simpatia e cordialidade.

Quando um projeto de um hospital, ou centro de saúde, vai nascer, como acontece este processo? Que itens são levados me consideração?
Um hospital nasce de um modelo de assistência. Sem saber o que se pretende com o novo hospital enquanto assistência, não é possível iniciar qualquer desenho, ou qualquer desenho serve! Como respondeu o mestre gato para Alice “se não sabe onde quer ir, não importa que caminho tomar!”

Hospitais antigos podem se modernizar? O que ganham com isto?
Hospitais devem se modernizar, se não o fizerem não ficarão no mercado! Tudo mudou na edificação hospitalar, especialmente as instalações elétricas, de lógica, de automação, de prevenção e combate a incêndio, etc.. Imagine um hospital no qual foram sendo instalados equipamentos de grande porte como uma tomografia e tantos outros que aparecem a cada novo ano e este hospital continua com a mesma entrada de energia, o mesmo gerador, sabe o que vai acontecer, os disjuntores vão cair, as pessoas vão perder o que estavam fazendo, os pacientes monitorados ficarão sem monitoramento! Simples assim, ou moderniza ou ficará fora do mercado![/vc_column_text][dfd_delimiter icon_size=”10″ undefined=”” tutorials=””][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][dfd_simple_image_gallery module_animation=”transition.fadeIn” dfd_layer_image=”21939,21918,21916,21938,21937,21928,21914″ items_offset=”6″ image_width=”900″ image_height=”600″ slides_to_show=”3″ slides_to_scroll=”1″ carousel_slideshow_speed=”3000″ images_style=”carousel”][/vc_column][/vc_row]