Centro Cirurgico 3

Taxa de ocupação dos centros cirúrgicos

Estruturas de saúde economicamente viáveis estão diretamente ligadas ao uso inteligente dos recursos e estrutura física. Quando se fala em centro cirúrgico, é fundamental pensar no espaço avaliando demanda associada a um projeto arquitetônico que atenda diferentes especialidades, sem que se tenha uma “sala preferida”.

“O conceito atual é que se construam salas de dimensões e estruturas similares que facilitam o trânsito dos equipamentos e da equipe. Salas que sejam democráticas e atendam às necessidades básicas de cada especialidade”, pontua Mariluz Gomez Esteves, Diretora da Pró-Saúde. Para ela, este cuidado básico facilita o trânsito de cirurgiões ao longo do dia, facilitando a ocupação das salas. “Não há uma sala preferida ou mais adequada, todas se adequam, todas são boas. O que modifica são alguns equipamentos específicos para cada procedimento, que podem ser móveis e se locomover nos espaços conforme demanda”, acrescenta.

Para ela, é importante existir também uma padronização de tecnologias e marcas, outro ponto que traz a democratização aos espaços. “Centros cirúrgicos montados com este conceito apresentam resultados financeiros e de taxas de ocupação superiores aos outros, por isso, é até recomendado que se faça a readequação de espaços que não contemplam este novo conceito para alcançar os resultados esperados”, completa.

O gerenciamento da agenda cirúrgica é mais efetivo neste novo conceito, o que tem feito com que hospitais mais antigos busquem esta modernização e democratização dos espaços visando bons resultados econômicos.

patrimonio historico

Patrimônio Histórico e a Arquitetura Hospitalar

A arquitetura é uma das formas de comunicação que mostra características e história de um lugar, de uma cultura, de um tempo. E isto não é (ou não deveria ser) diferente nas edificações hospitalares. O primeiro hospital legitimamente brasileiro surgiu por volta de 1545, ano de inauguração da Santa Casa de Santos (SP), fundada por Braz Cubas. De lá para cá, ser passaram quase 500 anos de história e se tivéssemos por hábito a preservação das construções teríamos em mãos edificações carregadas de valores culturais, sociais e urbanos intrínsecos à sociedade da qual surgiram. Infelizmente, a maioria destas edificações já foi modificada, transformada e, poucas vezes, restaurada.

Estas estruturas, dedicadas à prestação de serviços de saúde, são altamente volúveis, como explica o arquiteto Eduardo Nishitani. “Percebemos que as edificações hospitalares estão se transformando cada vez mais rapidamente, exigindo que a construção que os abriga ofereçam condições adequadas para tal. Porém, adequar construções que contém baixa maleabilidade como os edifícios históricos pode não ser uma tarefa muito simples”, pontua.

A tarefa não é simples, o que é muito diferente de dizer que ela é impossível ou não deve ser executada. Preservar edificações históricas é um caminho inteligente e necessário. “Modernizar um hospital e preservar a história, assim como seus valores congênitos, pode parecer ações contraditórias, porém a Carta de Atenas, de outubro de 1931, não apenas previu este tipo de situação como recomendou: ‘…Que se mantenha uma utilização dos monumentos, que se assegure a continuidade de sua vida, destinando-os sempre a finalidades que o seu caráter histórico ou artístico’”, destaca Eduardo.

O arquiteto cita ainda outro documento, a Carta de Veneza, de maio de 1964, que em seu artigo 4º traz o seguinte texto: “A conservação e a restauração dos monumentos exige, antes de tudo, manutenção permanente”. Cuidar sempre para ter sempre, este é um dos lemas, aliado ao conhecimento técnico no assunto.

“É essencial entender as particularidades dos valores culturais dos tombamentos históricos assim como a agilidade da atualização tecnológica pertinente à ciência. Neste contexto, é imprescindível que um profissional que entenda a dualidade desta edificação assuma a frente para evitar perdas de ambos os lados”, atesta.

Integrante da equipe da Pró-Saúde, Eduardo ressalta que todo trabalho que envolve uma construção histórica deve, prioritariamente, começar por uma investigação histórica e documental. “Este estudo vai fundamentar e direcionar as intervenções que serão propostas para aquela edificação. Após esta etapa, todo o desenvolvimento projetual segue unindo ambas as polaridades de preservação e modernização”, explica.

Fachadas históricas não impedem que a tecnologia entre em suas edificações. Com conhecimento técnico e habilidade, ambos podem caminhar juntos, oferecendo serviço de qualidade e história.

viabilidade economica hospital

Viabilidade econômica em serviços de saúde

Construir, reformar ou ampliar uma unidade de serviço de saúde implica, sempre, em investimento financeiro. Pela responsabilidade de tal ato, é impensável que se construa uma clínica, laboratório ou hospital sem que se faça, antes de tudo, um Estudo de Viabilidade Econômica. É um negócio e, portanto, oferta e demanda precisam estar ajustados.

“É fundamental planejar todo e qualquer investimento em um negócio, saber da demanda por aquele serviço e o retorno esperado. Neste sentido, através de ferramentas de consultoria é possível analisar regionalmente o sistema de saúde no qual o investimento será inserido, correlacionando aspectos históricos, geográficos, nosológicos e econômicos para compreender o cenário em que o investimento será implantado e traçar as estratégias de implantação”, descreve Mariluz Gomez Esteves, diretora da Pró-Saúde.

O objetivo principal deste trabalho é averiguar a viabilidade econômica e técnica para dar suporte na tomada de decisão dos investidores. “Ao longo desses 25 anos de trabalho da Pró-Saúde, desenvolvemos métodos para avaliar, dimensionar e elaborar projetos para implantação ou ampliação de Estabelecimentos Assistenciais e de Interesse a saúde. O foco é oferecer a este setor soluções de consultoria e projeto, desde a fundamentação das decisões até a elaboração dos projetos. Esta bagagem e estudo permitem que os investimentos sejam feitos de forma madura, com retorno e adequados ao cenário de cada local”, completa.

A segurança precisa estar por trás de toda decisão de investir em um empreendimento. Usar da multidisciplinaridade e do conhecimento específico de cada área é uma das formas de alcançar o pleno gerenciamento e vitalidade de um serviço de saúde.

Mariluz 5 baixa

O que um hospital precisa para ser bem sucedido?

É comum pensarmos em um hospital como um local com estrutura apropriada para bem atender os pacientes. De fato, este é um dos tripés que levam um serviço de saúde ao sucesso. Mas de nada adianta ter um edifício hospitalar equipado e preparado para atender às necessidades do paciente se por trás disto não existir um planejamento, saúde financeira e gestão eficiente para aquele serviço que, como os outros, é também um negócio.

Pensar de forma estratégica é a base desta construção. “Os hospitais precisam ter estrutura física e tecnológica adequadas ao serviço que pretendem oferecer associado ao gerenciamento inteligente do negócio”, pontua a arquiteta Mariluz Gomez Esteves, diretora executiva da Pró-Saúde.

De acordo com ela, são três as necessidades básicas de um hospital. “Ele precisa ser funcional no que se refere à atenção aos pacientes, oferecendo segurança, qualidade e humanização; deve atender às obrigações inerentes à atividade, que é ininterrupta, e para isto a infraestrutura física e as instalações obrigatoriamente devem dar suporte à atenção médico-hospitalar; e há ainda as necessidades relativas à imprevisibilidade do segmento de saúde e também as atualizações constantes no que se refere à tecnologia e crescimento da edificação hospitalar. Sem estes pontos bem definidos e traçados estrategicamente, fica mais difícil alcançar os resultados almejados no curto, médio e longo prazo”, pontua.

Um projeto de sucesso está ligado ainda à presença de flexibilidade. “O planejamento hospitalar deve ser flexível para possibilitar adequações e adaptações no espaço sempre que houver modificações no atendimento e na tecnologia”, antecipa.

Para finalizar, controlar custos sem perder a qualidade é o desafio e a meta das instituições de saúde. “Planejar estrategicamente cada espaço e atendimento, fazendo uso racional dos recursos, é o caminho por quem quer ser bem sucedido”, finaliza Mariluz.

baixaETAPA 3 1 definitivo

Arquitetura hospitalar eficiente

Funcionalidade e beleza, segurança e atendimento humanizado, fluxo interno e externo em harmonia. Muitas são as exigências de um estabelecimento de saúde e cada vez mais cresce a atenção para a importância de um ambiente que propicie a melhora e plena recuperação do paciente, tendo a segurança, a eficiência e a obediência às normas como base de tudo isto.

“A arquitetura hospitalar tem como desafios atender às crescentes exigências do setor, incluindo necessidades dos profissionais da área da saúde e dos pacientes, projetando espaços funcionais, aconchegantes, seguros e com flexibilidade para seguir se adequando às exigências do setor que não param”, diz a arquiteto da Pró-Saúde Ana Lúcia Bagatin.

A palavra-chave é soluções! A arquitetura hospitalar vem para oferecer soluções de fluxo, segurança, humanização e flexibilização, pensando em projetos arquitetônicos que sejam eficientes tanto no curto como no longo prazo. “Hospitais têm plantas que se atualizam numa agilidade muito grande. Por isso, as estruturas devem ser pensadas para que a edificação não fique estagnada. Projetar atualizações e até a expansão de um hospital é tarefa da arquitetura hospitalar eficiente”, completa.

A atenção começa na estruturação do espaço, definindo áreas e suas dimensões e localizações, e segue até o acabamento. “Um hospital precisa ser constantemente higienizado, há locais de grande circulação de pessoas. É fundamental, por exemplo, utilizar materiais de acabamento e revestimento de fácil manutenção e limpeza”, cita a arquiteta.

A sustentabilidade também é outro quesito que ganhou força na arquitetura moderna e eficiente. Projetar espaços que potencializem os recursos naturais, como a luz do sol, possibilitam economia financeira e também refletem preocupação com o meio ambiente. “Água e energia, aquecimento e resfriamento de ambientes são exemplos de recursos que podem ter seu uso feito de forma inteligente”, pontua Ana Lúcia.

Há várias outras ferramentas utilizadas na arquitetura hospitalar, como estudo do fluxo de pessoas, projeto de instalação para áreas sujas e limpas de um hospital, layout de fachada. Em conjunto, estes conhecimentos elevam a eficiência, a beleza e a qualidade do serviço prestado em um hospital.