Eduardo 9 site

Diagnóstico por imagem e a complexidade na instalação dos equipamentos

A complexidade dos exames de diagnóstico por imagem, como ressonância magnética e tomografia computadorizada, não está apenas na tecnologia do equipamento em si. Toda a estrutura montada para recebê-los precisa estar de acordo com as regras e normas para que sejam eficientes. Justamente por isso, quando um edifício de saúde é projetado, o espaço onde serão instalados estes equipamentos tem atenção especial.

A ressonância magnética é um dos desafios. Por gerar um campo magnético muito forte, há vários passos a serem seguidos. “O estudo começa na escolha do local onde este equipamento será instalado. A Ressonância Magnética tem várias peculiaridades que precisam ser respeitadas, a começar pela distância mínima que o isocentro do magneto (corpo da máquina) precisa estar de locais com massas metálicas em movimento, como elevadores e veículos (carros, ônibus, ambulâncias). Respeitar essas distâncias é fundamental. Para quem não sabe, este equipamento funciona como um imã gigante e, justamente por isso, pode sofrer interferências de massas metálicas”, descreve Eduardo Nishitani, arquiteto da Pró-Saúde.

Do ponto de vista técnico, há muitos pontos que são observados pelo profissional habilitado para projetar o espaço. “O equipamento de ressonância precisa ser blindado, ele gera dois tipos de energia que não podem sofrer interferência. Há os pulsos de radiofrequência que podem interferir ou ser interferidos por equipamentos eletrônicos, como televisões e celulares, e um campo magnético que precisa ser homogêneo para a qualidade do exame. Para isto, o local onde está instalado o equipamento também deve contemplar a blindagem. Podemos fazer isto com o uso da gaiola de faraday, uma cabine de radiofrequência, uma grande caixa de alumínio que envolve o ambiente e impede que ondas de radiofrequência externas entrem e interfiram na geração dos sinais e funcionamento da ressonância”, descreve. A sala onde o equipamento está deve ser livre de cimento, cal ou gesso, o piso precisa estar rebaixado em relação ao piso da porta, internamente ele precisa estar nivelado de acordo com as especificações do fabricante. São muitos itens que constam no projeto.

A temperatura ambiente é outro ponto de atenção. “A climatização é fundamental, há temperaturas exigidas pelo fabricante que precisam ser mantidas. Projetar o espaço para os equipamentos de ar condicionado é de suma importância. Por vezes o hospital ou clínica é construído em partes e a sala dos equipamentos de imagem fica para um segundo momento da obra. Se antecipar deixando os espaços certos para sala de exames e outras obrigações, como os equipamentos de ar condicionado, é fundamental”, cita.

Eduardo pontua que até o caminho que o equipamento irá percorrer até a sala precisa ser previamente pensado. “É um equipamento de grandes dimensões, por isso não vai passar em portas e corredores estreitos e pode afundar os pisos. Quando ela é instalada após a conclusão de uma obra pode ser necessário quebrar paredes para que o equipamento entre no espaço”, diz.

Com tantas especificidades, o projeto para a sala de exames por imagem é realizado em várias mãos. “Trabalhamos com uma equipe multidisciplinar, tendo parceiros em diferentes áreas do conhecimento que se unem a nós nesta tarefa. São equipamentos caros que precisam ter a devida atenção dos profissionais envolvidos no projeto”, afirma Eduardo.

baixa426 Perspectivas_Photo - 12

Fachadas com vidro podem ser um diferencial nos hospitais

A arquitetura hospitalar ganhou novas roupagens e funções nos últimos anos. Unindo beleza e modernidade, preocupação com o meio ambiente e funcionalidade, novos materiais foram sendo incorporados a estas edificações. Um exemplo é o vidro. “O uso do vidro em fachadas de edificações de saúde se tornou uma tendência devido à busca da estética e modernidade para os novos hospitais. Entretanto estas grandes fachadas de vidro só se tornam um benefício para o usuário quando ela gera uma relação com o exterior e a natureza, promovendo diversas sensações como distrações positivas”, antecipa a arquiteta Carolina Chedraoui, da Pró Saúde.

Na visão dela, o uso do vidro traz de benefícios aos usuários do local. “O uso do vidro pode gerar distrações positivas dependendo do que se pode ver através dele como, por exemplo, se tiver um jardim ou algum elemento artístico que possa gerar sensação de paz e conforto dentro do ambiente, criando uma relação interior/exterior”, pontua. Ter acesso a esta visão privilegiada, ao invés de apenas paredes, traz mais conforto a pacientes e equipe de saúde.

O melhor aproveitamento da luz natural é outro benefício das fachadas de vidro. Elas permitem que a iluminação externa entre no ambiente, reduzindo a necessidade de luz artificial. Há muitos materiais disponíveis, sendo preciso estudar a necessidade de cada edificação para escolher o ideal. Há vidros que isolam o calor que vem da área externa e do sol, outros reduzem os ruídos, eles podem ser espelhados, coloridos, enfim, há muitas utilidades e funções que escolhemos de acordo com o perfil e local onde ele será colocado.

Existem inclusive vidros para situações especiais, como vidro plumbífero que protege os médicos e técnicos quando da realização de exames de imagem, eles trazem segurança às salas de raios X, tomografia e outras que utilizam o mesmo tipo de radiação ionizante.

A beleza que o vidro agrega à edificação é um benefício a mais. “O vidro é muito versátil e pode proporcionar conforto acústico e luminoso além de humanizar o local. Por isso ele vem ganhando destaque na arquitetura de um modo geral, inclusive na arquitetura hospitalar”, conclui Carolina.

Eduardo 8 site

Arquitetura hospitalar: projetos flexíveis e individuais

Pensar em uma edificação de saúde vai muito além do conhecimento técnico científico da engenharia e da arquitetura para as construções. Com uso e características bem particulares, cada projeto de saúde é precedido de um trabalho minucioso de pesquisa, estudo, conhecimento para, enfim, ganhar vida. “Há leis e regras específicas para o setor, há as necessidades dos usuários que vão circular por lá, neste caso pacientes e profissionais da saúde em geral, há a questão da assepsia e da flexibilidade para que aquele estabelecimento se atualize ou amplie quando for necessário”, cita Eduardo Nishitani, arquiteto da Pró-Saúde.

Atuando na área há mais de 10 anos com experiência em projetos dos mais diversos portes, Eduardo cita aspectos que sempre precisam ser pensados para atender às necessidades da edificação: contexto urbano, cultural e social de onde foram implantados, legislação vigente, uso de materiais especiais e existência de um plano diretor. “Um hospital nunca pode ser uma obra fechada, ele deve ser pensado e projetado para se atualizar sempre que necessário, pois os serviços de saúde estão em constante evolução”, pontua Eduardo.

Conhecer o cliente, a necessidade real da cidade ou mesmo do bairro é fundamental em vários aspectos. “Um estabelecimento de saúde é, antes de tudo, uma prestação de serviços à sociedade. É imprescindível saber se aquele serviço é necessário, em que medida, com quais características e de que porte. Se não for economicamente viável, será um elefante branco. E isso não pode acontecer nem na esfera pública nem na privada”, destaca o arquiteto.

Como muitos são os aspectos levados em consideração, a Pró-Saúde atua de forma multidisciplinar. “É unindo conhecimentos e experiências que alcançamos a excelência nos projetos. Cada qual com seu saber contribui para que aquela edificação projetada tenha sucesso em todos os âmbitos: no atendimento ao paciente, na viabilidade econômica, na flexibilidade para se manter sempre atualizado, na segurança, no respeito à legislação e até no que se refere ao trânsito de veículos e pessoas no entorno. Muitos são os fatores que impactam na comunidade, trabalhamos para que isso seja sempre positivo”, diz.

Seja uma clínica, um laboratório, um hospital, uma unidade básica de saúde, todas as edificações de saúde precisam de projetos bem estruturados e inteligentes. Nem só de paredes, portas e janelas se faz uma construção. “Estacionamento, circulação de pessoas, fluxos, áreas limpas e área de acesso restrito, natureza do atendimento, projetos visuais para comunicação eficiente, controle de acesso para a segurança. Há uma série de recomendações que seguimos que são bem específicas da área da saúde”, conclui Eduardo.