Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) são locais de muito cuidado e atenção. Há pacientes em situações especiais ali que precisam não só dos conhecimentos técnicos da medicina e da enfermagem como de um ambiente físico adequado para estar. “A arquitetura pode contribuir na humanização destes espaços”, antecipa a arquiteta Carolina Chedraoui, da Pró-Saúde.
De acordo com ela, a humanização parte do princípio de que o paciente precisa ser observado com uma visão global, contemplando todas as necessidades, físicas, emocionais e até espirituais. “Quando se fala em ambientes, podemos pensar em vários aspectos que vão tornar a estada dele na UTI mais leve. Iluminação e climatização adequadas, por exemplo, fazem parte do projeto de uma UTI humanizada. Há hospitais com projetos que contemplam paredes de vidro para que a luz natural possa entrar, desta forma os pacientes podem observar a luz do dia, saber se choveu, ver como está a noite”, cita Carolina.
Ela completa que a ideia de estar em uma UTI costuma gerar estresse, ansiedade e sensação de isolamento no paciente, por isso, quanto mais recursos puderem ser usados para trazer leveza e gerar bem-estar, melhor. “Hospital, ao contrário do que está no senso comum, é um local de hospitalidade, ou seja, de se sentir acolhido, este é o significado da raiz da palavra. Fazer com que o paciente se sinta bem ajuda no processo de recuperação dele. Podemos usar de vários recursos como jardins, quadros e cores para acolher este paciente que está na UTI”, garante Carolina.
A humanização ganhou força neste século, reforçando que a edificação hospitalar pode contribuir no processo de cura. “Entender as necessidades do paciente do ponto de vista físico e técnico da medicina, somado às suas necessidades como indivíduo, é tarefa da equipe que projeta o espaço. Quando se reduz o estresse, o tempo de internação também tende a ser menor. Todos ganham com espaços e atendimento humanizados”, conclui a arquiteta.